sexta-feira, agosto 05, 2011

A marmita e eu

Amante leitora, amigo leitor: todo mundo que já passou por aqui com certeza foi seduzido pela minha promessa de “PERCA SEU TEMPO, RIA COMIGO” sabe que uso de acontecimentos do cotidiano para achar coisas engraçadas e ao mesmo tempo fazer um paralelo com minha vida.

Pois bem, recentemente voltei a trabalhar em São Paulo e, conseqüentemente, utilizo de transporte público no meu dia de rodízio ou naqueles dias que eu acordo com uma baita vontade de passar sufoco.

Na última segunda, mais uma vez participando do meu eterno Big Brother Divino, tomei o metrô e um senhor encostou de maneira compulsória sua bolsa na minha perna. É claro que sendo só a bolsa já estava bom demais, pois, como mencionei em posts anteriores, ser encoxado não é uma experiência nada agradável...

Logo que a bolsa dele encostou em mim, senti um frio súbito e pelas dimensões do objeto logo identifiquei: MARMITA! Ou seja, a marmita dele, recém tirada da geladeira (onde passou a madrugada em pleno repouso) estava naquele momento sendo aquecida pela minha perna esquerda... E eu,numa batalha hercúlea, tentava me afastar daquele bloco de gelo que insistia em tentar me congelar logo cedo...

Quando o senhor percebeu o meu incômodo, de imediato conseguiu nos salvar (eu e a marmita dele), só que daí enquanto eu me aquecia novamente me veio à cabeça algumas histórias que aconteceram comigo e com a marmita (a minha) no passado e que, é claro, vou dividir...

Antigamente, em casa todos levavam marmita... Eu, meu irmão, meu pai (que levava duas – uma só de frutas!) e minha mãe...

Naquela época a maioria das empresas não forneciam refeições... Isso era coisa rara... Tíquete era um verdadeiro artigo de luxo... E pra mim, cujo primeiro emprego (oficial) foi num escritório na Rua Augusta, é claro que eu tinha que levar a marmita...

A hierarquia em casa era assim: os mais velhos tinham as melhores marmitas, que eram de metal e o pangaré aqui tinha uma tupperware redonda que era péssima para esquentar e adorava alagar... É meu amigo, quem carregou marmita sabe exatamente o que estou falando...

Então eu usava a de plástico e meu irmão a de metal... A dele era fácil de fechar e a minha era um sufoco... Mas até aí tudo bem...

Nesse primeiro emprego não tinha marmiteira e só eu levava rango. Na hora do almoço era um transtorno pra esquentar porque eu tinha que adaptar uma panela como marmiteira e sempre ficava um pedaço dela pra fora. Daí minha marmita virava metade refeição e metade sobremesa (porque o lado gelado parecia um sorvete). Eu acabava misturando tudo e um abraço...

Na segunda empresa que trabalhei já tínhamos marmiteira. Que beleza! Mais ou menos... Pra quem não conhece, marmiteira é uma espécie de chapa em que se coloca água e as marmitas ficam em banho maria... Se fossem obedecidas regrinhas básicas do tipo: não colocar água demais ou não colocar pouca água, a marmiteira seria a 2ª maior invenção do homem depois da roda, é claro... Mas, como na época eu já participava do Big Brother Divino Juvenil, a minha marmita de vez em quando era vítima de alagamento ou simplesmente derretia a borrachinha e ela ficava deformada... Várias tupperwares da minha mãe morreram na minha mão... Culpa da copeira... Tomei sopa muitas vezes... Culpa da copeira também...

Certa vez fui promovido (em casa) e herdei a marmita metálica do meu irmão. Agora com a marmita metálica, nada de rango aguado! Vida longa ao tupperware que resistiu... Só que a marmita metálica tem um agravante... Ela, quando vazia, faz um típico barulho de tamborim... Principalmente quando você carrega numa mochila praticamente vazia e ousa levar uns talheres...

Naquela época eu estudava no período noturno e a marmita vazia ia comigo. Tinha uns caras que sacaneavam do tipo: E essa marmita aí? E eu falava: Não, são cadernos e minha agenda...

Tá bom...

Um dia, ou melhor, numa noite dessas quando eu voltei do intervalo notei que haviam sacaneado comigo. Um cara que sentava perto de mim (Tucano era o apelido dele porque ele tinha uma napa daquelas) teve a moral de abrir minha mochila, tirar a marmita com os talheres e colocar em cima da minha mesa (com o pano de prato)... Eu cheguei e vi aquele piquenique e não tinha onde enfiar a cara... Bullying em 1991... Tá explicado porque naquele ano eu não peguei ninguém na escola...

Desse dia em diante, parei de levar a marmita na mochila. Na verdade eu fazia de tudo para dar tempo de chegar em casa e deixar a danada lá. Nunca mais ninguém fez piquenique na minha carteira... Eu havia vencido!

Passado um tempo, eu já trabalhava no antigo Banco Econômico e recebia tíquetes mas, como fazia faculdade que não era nada barata, eu acabava tendo que vendê-los, ou seja, a marmita e eu ainda éramos grandes companheiros...

A sorte é que eu trabalhava apenas 6 horas e, por conta deste horário curto, dava tempo de sobra de ir em casa e deixá-la antes da faculdade. A única coisa que eu havia abolido definitivamente era a mochila. Hoje carregar mochila significa ser descolado, ter notebook, etc... Antes era sinônimo de: aquele cara carrega marmita. E por isso eu passei a colocar a marmita dentro de um envelope. Estes pardos de correspondência interna entende? Era grande, eu dobrava pelo meio e a marmita ia lá como se fosse um monte de documentos... “Sou um empresário juvenil ou um despachante aduaneiro” - pensava...

A agência que eu trabalhava ficava na Avenida Ipiranga bem na esquina com a Rua do Boticário. Pra quem conhece, sabe que ali não é um dos lugares mais bonitos de se andar porque é uma parte do Centro meio abandonada. Muito lixo nas calçadas, cinemas e teatros de conteúdo nada trivial, viciados e principalmente batedores de carteira... E eis que, num dia desses, descobri que os trombadinhas tinham um novo nicho... Os batedores de marmita...

Sai eu, da estação República do metrô, com meu envelopinho gelado embaixo do braço e logo que cheguei na esquina da Dom Jose de Barros, um cara me deu um tranco e VUPT! lá se foi minha marmita... Na hora eu fiquei sem ação. Fui assaltado! pensei... Opa! Era minha marmita! E comecei a rir da situação em pleno Centro de São Paulo. O mais estranho eram que as pessoas olhavam e não entendiam... Esse cara deve ser maluco. Acabou de ser assaltado e está rindo. Daí eu comentei com um cara (que depois descobri ser um dos comparsas... talvez ele que tenha me empurrado): Roubaram minha marmita! E segui meu caminho ao trabalho pensando no que tinha acabado de acontecer...

Pra minha grande surpresa, logo à frente um cara me cutucou: Ei, foi mal... Desculpa aí. Toma de volta sua marmita...

Eu ainda disse: Valeu! Vou almoçar hoje!

Cheguei no trabalho, contei a história e tenho certeza que muita gente que está lendo isso aqui não deve acreditar mas... aconteceu!

Por isso, pra começar bem esse fim de semana, desejo que ninguém no planeta tenha sua marmita levada. E se caso isso acontecer, que à devolvam sem roubar uma coxa de frango sequer!

Até a próxima!

sexta-feira, julho 08, 2011

Esse é pra você que anda de metrô e também pra você que nunca andou

Se você, assim como eu, vive numa cidade grande, caótica e poluída como a minha, com certeza vai se identificar com pelo menos alguma coisa nesse post.
Agora se você, ao contrário de mim, nunca passou por isso mesmo morando numa cidade como São Paulo, talvez esteja perdendo ótimas oportunidades de diversão gratuita...
Na última semana, atendi um cliente em seu escritório que fica no Itaim. Mais precisamente, na Faria Lima. Pra quem mora do outro lado da cidade assim como eu, digamos que trabalhar na Faria Lima é tão empolgante quanto dançar música lenta com a irmã no baile. A Faria Lima abriga hoje grandes empresas e está localizada numa das regiões mais valorizadas de São Paulo. Belos edifícios e escritórios que chamam a atenção de quem passa. Mais pra quem mora na Zona Leste, digamos que trabalhar lá é um baita presente de grego. Pra mim a trilha sonora que melhor retrata trabalhar lá é: LONGE DE TUDO do Ira!

No primeiro dia pensei: “Beleza, na Faria Lima tem ônibus perto, metrô recém inaugurado e muitas opções para comer. Vai ser fácil.” Ledo engano...
Eis que, no céu, novamente meu anjo da guarda que não dorme nunca e adora me testar, chamou seus amigos e disse: Hora do Big Brother Divino!!!

Tenho certeza que desta vez eles se divertiram bastante...

Prevendo chegar ao escritório por volta das 09:00 da manhã, acordei às 06:30 e às 07:00 já estava no ponto aguardando a lotação. Optei em deixar o carro na garagem, pois além de ser uma segunda-feira (meu rodízio), chegar na Faria Lima seria um transtorno, fora o assalto que é pagar 35 reais de estacionamento. Assim, contribuo para tornar SP uma cidade menos poluída, com menos trânsito e, com essa grana, eu pago 4 dias de condução. Tudo pelo social e pelo meu bolso também.

A lotação como o próprio nome diz já vem lotada... Deixei passar duas e na terceira entrei na porrada... Com uma mochila pesada nas costas, entrar em condução cheia é uma epopéia... Placar do momento: Eu 0 x 1 Anjo da Guarda.

Cheguei na estação Guilhermina e todo metrô que passava estava lotado... Pensei: “Vou voltar 3 estações, ou seja, vou até o terminal e de lá venho no metrô vazio...” Era o empate: Eu 1 x 1 Anjo da Guarda.

Neste momento, meu anjo da guarda apertou a tecla “sacanear” do seu controle remoto e fez com que todo mundo tivesse a mesma idéia que eu. Assim, cheguei no metrô Itaquera e milhares de pessoas já aguardavam o trem... Eu 1 x 2 Anjo da Guarda.
Tinha gente saindo pelo ladrão... Muita gente... Deixei uns 4 trens partirem com o povo se acotovelando para entrar... No quinto, me colocaram “gentilmente” dentro do vagão. Mesmo com gol impedido, acho que valeu... Eu 2 x 2 Anjo da Guarda.

Sabe aquela sensação de inversão térmica? Ou seja, um baita frio lá fora e de repente você começa a sentir calor porque ao seu lado tem gente vestida de cobertor de lã, outros com aqueles casacos com pele de carneiro e todo mundo respirando e conversando ao mesmo tempo? Comecei a sofrer de hipertermia... Obrigatória, é claro. Tenho certeza que o controle remoto tinha a tecla “passar calor”... Eu 2 x 3 Anjo da Guarda.

Só nessa brincadeira já tinha perdido facilmente uns 30 minutos do tempo que estimava a gastar. O atraso era inevitável... Começou a goleada: Eu 2 x 4 Anjo da Guarda.

Procurei ficar perto do corredor, foi difícil chegar porque tem sempre uma galera que faz bico gratuito de porteiro (no caso dos homens) ou hostess (aquelas recepcionistas de balada ou restaurante que te levam até uma mesa, por exemplo) e ficam bem no corredor impedindo a sua passagem. Além disso, eles ficam ali achando que é aquela brincadeira infantil de DURO OU MOLE. Na hora que o metrô abre a porta, eles pensam: DURO! E ninguém se mexe... Nem respiram... Não saem nem com água quente. É engraçado e ao mesmo tempo irritante... E quando o metrô fecha a porta? Daí eles pensam: MOLE! E respiram, se mexem, levantam o braço e tudo mais... É uma loucura... O cara vai descer na Sé, mas desde Itaquera ele demarca seu território... É cômico. Placar: 2 x 5.

Eu sofro de rinite alérgica. Tenho esse problema desde criança. E nessa época de Inverno, eu sofro mais ainda... Pode ser com qualquer mudança repentina de temperatura, um perfuminho mais exagerado ou qualquer casaco que ficou um pouquinho a mais no armário que meu nariz reclama... E considerando que meu nariz não é pequeno, ele RECLAMA MESMO. Daí eu começo a sentir uma forte e incontrolável vontade de espirrar. Eu sempre rezo pra estar perto de alguma janela... Dificilmente eu consigo.

Nesse dia, meu anjo da guarda começou a mover seus bonequinhos bem perfumados e com seus casacos cheios de ácaros pro meu lado... Foi péssimo. Consegui posicionar-me de forma que uma pequena corrente de ar vinda da janela me atingisse. Graças ao meu nariz, sobrevivi. E por isso considero um pra cada lado: 3 x 6.

O pior de metrô cheio é agüentar aquelas pessoas que atendem o celular com seus ringtones nada discretos e acham que todos no vagão devem ouvir a conversa... Depois do 5o. toque eles atendem. É para mostrar para você a canção predileta. E quando atendem, é uma gritaria dos infernos... Até chegar na Sé você descobre quem está comendo quem, quem virou viado, quem morreu, quem está devendo, quem foi corneado e assim por diante... É um CHAT amizade em pleno metrô... Parece o programa CASOS DE FAMÍLIA... Eu até procurei a Márcia Goldschimidt e a Cristina Rocha, mas não encontrei...

E o cidadão com o fone de ouvido ao seu lado que além de querer ser surdo (porque pelo volume que ele escuta só pode desejar isso) ainda acha que você também gosta do mesmo som que ele?  O melhor ainda é quando existem pelo menos mais 4 na mesma situação e cada um ouvindo uma coisa diferente... E você fica no meio sendo bombardeado... É um PAVE LOW musical: MC Catra com Zezé di Camargo e Luciano, Exaltasamba com Lady Gaga... É o Metrô Live in Concert...
Na medida em que o vagão vai enchendo, a probabilidade de você encostar em alguém aumenta absurdamente e o mais constrangedor é saber que você está praticamente abraçado com uma pessoa que você nunca viu e um fica olhando para a cara como se fossem da família. Depois da quinta estação dá até para perguntar se a pessoa assistiu o teste de DNA do Ratinho. O pior é quando  você encoxa ou é encoxado “compulsoriamente”... Sem piadinhas, por favor... É constrangedor...

Na Sé, alívio. Finalmente aquela multidão de gente desceu... E eu consegui esticar o braço que já estava formigando com o peso da mochila... Estava apenas na metade do caminho...  Desci na estação seguinte, Anhangabaú, rumo ao Terminal de ônibus da Praça da Bandeira.
Esse terminal é uma das coisas que melhor funcionam no transporte público de São Paulo. Sem brincadeiras e nem ironias. É sério. São muitos ônibus chegando e partindo. E são aqueles ônibus novos bi-articulados que cabem um montão de gente. Coisa boa merece ser destacada.

O problema agora era descobrir qual ônibus pegar ali para ir até o cliente. Na véspera, havia conversado com um amigo e ele me indicou que “qualquer ônibus que descer a Avenida 9 de Julho até o final serve”. E eu usei essa mesma frase para um fiscal: “Tem algum ônibus que vá até a Faria Lima? Qualquer um que descer a 9 de Julho até o final serve.” E o fiscal solícito me disse: “Pega o CEASA que serve...”
Boa! Pensei: “Meu anjo da guarda deve ter ido tomar café... De cara me deram informação correta! Vou aproveitar...”

O bendito ônibus realmente chega até a Faria Lima... Só que esta bendita avenida tem pelo menos 4km de extensão... Na hora que desci do ônibus e olhei o número, vi que tinha uma maratona para cumprir até chegar no cliente... Meu anjo da guarda não toma café. Isso é fato.
Cansado e com o pé doendo cheguei ao cliente. Confesso que um pouco atrasado e passando  calor... Mas cheguei... E mesmo sabendo que ainda tinha a volta pra casa e que no outro dia enfrentaria aquilo tudo novamente, pensei: Como eu me divirto em São Paulo. Sem bairrismo nem nostalgia, mas não me vejo morando em outra cidade menos maluca que esta aqui.

Fim de jogo: Alex 3 x 7 Anjo da Guarda.

Até a próxima!

PS: Este post é em homenagem a um grande homem que hoje faria 67 anos. Por causa dele estou aqui hoje. Dele herdei esse senso de humor. Tenho certeza que, de onde ele estiver, assiste de camarote as aventuras do seu filho que só quer seguir em frente...

terça-feira, junho 07, 2011

Eu e a porta corta fogo...

É pessoal... Quando eu digo que existem algumas coisas que só acontecem comigo, ninguém acredita... Vamos lá: eu sempre digo que participo de algum reality show divino. Compulsoriamente, é claro. E também tenho certeza que de algum lugar tem gente me olhando (e inclusive meu anjo da guarda) e que de vez em quando, pra descontrair, eles combinam me sacanear.  Hoje, terça-feira, tudo tranqüilo, tenho certeza que eles decidiram: Pessoal, dia de sacanear o Alex, vamoae?
Pois bem, trabalho num cliente há 1 ano e 2 meses. Sempre sentei no mesmo lugar. Telefone na mesa, micro, gaveteiro e até lixeira... Tudo igual. Como tudo que começa um dia termina (desde o namoro, passando pelo copo de cerveja até chegar ao saldo da conta corrente), mudaram nossa equipe de lugar. Ou seja, eu que estava habituado nestes últimos 14 meses a trabalhar no 5º andar, fui promovido para o 7º. Que beleza! Lugar melhor, do lado da janela (pra você ter uma idéia eu fico exatamente de frente ao Pão de Açúcar), carpete novo e o escambáu, certo? Errado!
Neste andar há uma bendita porta corta-fogo. Pra quem não sabe, ela serve exatamente para impedir a passagem do fogo em caso de incêndio (por isso o nome) e também não tem fechadura (para facilitar a abertura em caso de emergência, basta destravá-la). Ou seja, qualquer imbecil em sã consciência sabe que aquela porta é de emergência. Eu disse EMERGÊNCIA.  Acho que fui claro...

Pois é amante leitora e amigo leitor... Eu, como todo ser humano, tenho necessidades. Dormir, beber, conversar e fazer sexo também fazem parte destas necessidades. Comer também. E comer eu geralmente separo em 4 refeições diárias. E uma delas é o almoço. Hoje, para atender minha necessidade de comer, perguntei pro pessoal: Vamos almoçar? E levantei-me como de costume e fui em direção à saída para o elevador...
Pausa para dar para você uma noção sobre o cenário: imagina um andar com pelo menos 100 pessoas separadas apenas por divisórias de vidro, ou seja, todo mundo se vê... Imagina agora você ser paulista e estar no Rio de Janeiro... Imagina você estar há 2 dias num andar onde você teve pouquíssimas oportunidades de entrar pela nova entrada (desculpe a redundância, mas foram 2 vezes!)... Por fim, imagine agora que a porta de saída é desgraçadamente (inclusive a cor) parecida com a bendita porta corta-fogo...

Cenário montado? Big Brother divino no ar? Todos sentados e esperando a conclusão? Vamos lá: O Alex (que sou eu), inocentemente confundiu a porta de saída com a porta corta-fogo...

Pensa agora você escutando um alarme disparar com volume absurdamente ensurdecedor e todo mundo, eu disse TODO MUNDO olhando para você com aquela cara de: esse babaca não viu que era porta corta-fogo????
Eu fiquei uns 3 segundos até recuperar a lucidez e fechar a merda da porta. Silêncio. Só que estes 3 segundos na minha mente duraram uns 3 dias... Eu pensei nas pessoas rindo de mim, nas mesmas pessoas sentindo vergonha alheia pelo meu mico e no meu anjo da guarda com seus colegas rolando de rir lá no Céu...

Um colega me perguntou: Pô, você não viu que era porta corta-fogo? E eu respondi: Vi, mas achei que do outro lado eu ia ter 100 virgens me esperando, uma mala de dinheiro, uma geladeira cheia de cerveja e uma passagem para o planeta Naboo. Porque só imbecil abriria uma porta propositalmente só para escutar o barulhinho do alarme.
Dica pra quem servir: Coloque pelo amor de Deus uma sinalização nesta porta. Aliás, em todas as portas corta-fogo desta galáxia, ok? É fácil. Basta uma folha de sulfite, um durex e uma caneta... Daí você escreve: PORTA CORTA-FOGO. ABRIR SOMENTE EM CASO DE EMERGÊNCIA.

quinta-feira, junho 02, 2011

Quando somos “bicos” no casamento alheio...
É amante leitora e amigo leitor... No último post eu disse que falaria sobre videogame...
Pois é... Mas, depois do que vivi hoje, tive que mudar... Perdón...
Bom, você lendo o título deste post deve ter pensado: Casório de quem? Teu? Duvido...  Pois é... Mas o “casamento” que me refiro é bem diferente daquele que você está acostumando a ir...
Se você trabalha numa empresa que tem muita gente (ou presta serviço como eu) com certeza o banheiro tem muitas casinhas né? E quando bate aquela vontade, a primeira tarefa (dependendo da circunstância, é claro) é escolher  qual casinha usar... Tem aquelas mais escondidas que dá pra tirar um cochilo e tem aquelas que ficam bem na porta... Estas são as piores, porque geralmente quando você sai delas, sempre tem alguém por perto... E aí o cara logo pensa: Esse tava cagando... É um baita queima filme né?
Me lembro que trabalhei num laboratório há muitos anos atrás que funcionava numa antiga casa do bairro da Vila Mariana. O nosso banheiro tinha uma generosa banheira e nela era depositado tudo quanto era papel velho (relatórios, notas fiscais, etc)... Ou seja, esta banheira era uma excelente cama de mendigo...
Um dia eu tava lá, no trono daquele banheiro, e pensei: “Putz, até que dá pra dar uma dormidinha aqui...” Pois bem, combinei com um outro colega e pronto. A gente revezava quem ia dar uma cochilada na banheira do escritório... Dia sim, dia não, tinha um dos dois roncando no banheiro enquanto o outro ficava de guarda na sala... Bons tempos...
Bom, voltando aos dias atuais... Hoje presto serviço numa grande empresa. No meu andar tem pelo menos uns 4 banheiros masculinos... E cada banheiro tem pelo menos umas 5 casinhas... Ou seja: 4x5 = 20! Vinte oportunidades de passar um fax (ou dar um cochilo) numa casinha limpa e sem ninguém pra perturbar... Correto? Errado meu amigo... Pois nesse escritório o pessoal vive no banheiro... Que coisa! Dificilmente eu encontro uma casinha livre... É sempre a mesma coisa: OCUPADO. E o Mané aqui dá meia volta e finge que entrou no banheiro apenas para pegar um papel...
 Daí você deve estar pensando: o que o casamento tem a ver com isso? Bom, te explico agora:
Hoje, depois de esperar uma casinha livre, logo que abri a porta, dei de cara com a tampa baixa... Geralmente, tampa baixa significa 2 coisas:
1.       Surpresa pro próximo que entra ou;
2.       O cara não tem coragem de ver o filho partindo e saiu antes de desligarem os aparelhos...
E o pior: você abre a tampa e dá de cara com um monte de papel boiando e sabe que tem mais coisa embaixo... Daí você logo pensa: deve ser um casamento, não fui convidado e ainda por cima a noiva está sozinha, porque tem tanto papel que parece um vestido com véu... Só falta a marcha nupcial...
Moral da história: não jogue papel higiênico no vaso ok?

sexta-feira, maio 27, 2011

O I-pad 2 de hoje e minha TV Telefunken dos anos 80

O Ipad 2 começa a ser vendido aqui... Mais um brinquedinho de gente grande que muita gente vai querer... Hipocrisia minha seria dizer que também não pensei em ter um...

Meus próximos posts vão mostrar como eu cresci acompanhando essa evolução tecnológica.

Hoje é sobre TV e seus tentáculos (vídeo cassete e DVD)!

Em 1975, quando eu nasci, na minha casa não tinha absolutamente nada de eletrônico... E são “apenas” 35 anos... Eletroeletrônicos então... esquece...

Por volta dos meus 5 anos, me lembro da TV que tínhamos em casa... Era grande (para os padrões da época) e preto e branco. Se não me falha a memória era Telefunken. Ela devia pesar umas 20 toneladas. Os canais eram mudados por um seletor que tinha uma rodelinha giratória em volta para ajustar a sintonia (o famoso tunning)... Além disso, tinha mais 3 botões: 1 para corrigir aquelas giradas que a tela dava verticalmente, outro era de brilho e um terceiro que ajustava o tamanho da tela... Era a única que tínhamos. Quer trocar de canal? Levanta e muda no seletor. Tá ruim a imagem? Sobe no telhado e fica mexendo na bendita antena até melhorar... Quando chovia, esquece, a imagem ficava péssima...

Lembro-me de um vizinho, o Michel. Na casa dele tinha TV colorida. Ele dizia que na transformação do HE-MAN o olho até ardia de tão colorido que era. Acho que ele valorizava um pouco só pra dar uma esnobada em quem não tinha. E eu ficava pensando: “Putz, deve ser show de bola uma TV colorida...”

Um dia meu pai chegou em casa com uma caixa: a TV colorida! Lembro como hoje, era Sanyo (nem deve existir mais), vários botões (um pra cada canal!), não tinha controle remoto (e quem ligava pra isso?) e tinha um botãozinho azul que não esqueço: ATT! Era um tal atenuador... No manual, dizia que suavizava a imagem, proporcionando uma melhor qualidade. Que beleza! Minha casa tem TV colorida que até suaviza a imagem... Vou assistir a transformação do HE-MAN suavizada, pensei.

E o tempo foi passando... Depois dessa, veio uma Mitsubishi com controle remoto (aquela que dava garantia até a Copa de 2002). O sedentarismo começou aí...

Com elas eu vi desde Roque Santeiro até Quatro por Quatro, passando pelo Clube da Criança, pelo He-man, Piratas do Espaço, Ultraman, Ultraseven e Changeman. Sem esquecer é claro da Sessão Aventura, do Esquadrão Classe A, do Trovão Azul e do Ciborg, o homem de 100 milhões de dólares. Me emocionei com as vitórias do Senna nas manhãs de domingo, com a derrota do Santos em 1995 para o Botafogo, com o tetra nos EUA e o penta no Japão/Coréia. Ri com TV Pirata, os Normais, Chico City, os Trapalhões e Viva o Gordo. Do sofá de casa, vi o muro de Berlim ser derrubado, a guerra entre o Iraque e o Kuwait, o Plano Sarney e o impeachment do Collor...

Logo depois, comprei um vídeo cassete (acho que foi em 1995). Eu gravava tudo. Jogo, desenho, filme, novela pra minha mãe... Era um monte de fita amontoada na estante. Eu nunca assistia nada. Mas ostentava que tinha gravado. Final de semana era sagrado ir à locadora e sair com uma sacola de filmes. O saco era rebobinar depois... Tive uma namorada na época que um dia me deu um ultimato: “A gente precisa sair mais! Chega de ver você chegando aqui em casa com uma fitinha embaixo do braço!”

Depois veio o DVD player... Isso por volta de 2001 (na minha casa é claro). Eu que comprei. Gradiente e era um trambolho... Devo ter pago uns R$ 500,00, uma fortuna na época. E hoje, você encontra por menos da metade...

Hoje, não temos mais nenhum destes aparelhos... Ou foram vendidos, doados ou simplesmente descartados por terem quebrado... Mas foram embora deixando comigo uma lembrança legal de épocas da minha vida em que acompanhei coisas sendo inventadas, compradas (pelos outros primeiro) e depois chegando aqui em casa...

Agora eu deixo você, amante leitora ou amigo leitor, pensar também da sua antiga TV... No próximo post, vou escrever sobre eu e o videogame...

Um final de semana excelente para todos!

 

segunda-feira, maio 23, 2011

A volta dos que nunca foram...

É amigos, voltei... Achei que ficaria sem escrever, mas hoje reencontrei este blog empoeirado no canto desta enorme gaveta chamada Internet... Decidi ler novamente...

Sabe quando você tem a impressão de quem estes últimos anos passaram como um foguete? Pois é... E foi lá em 2008, quando escrevi as últimas (?!?!) linhas deste diário cibernético e hoje, 3 anos depois tive a impressão que coloquei minhas memórias numa cápsula do tempo e encontrei depois de uma limpeza no sótão...

Bom, muita coisa aconteceu... Coisas boas... Coisas não tão legais...

Em breve, você amigo leitor e você também amante leitora terão a oportunidade de dividir comigo coisas do meu cotidiano...

Ah, já ia me esquecendo... Vale opinar, criticar, mandar dinheiro, me colocar no testamento, etc...

Neste primeiro post agradeço especialmente aos meus amigos*: Eliana Holtz, Fernando Bergamaschi e as carioquíssimas Jaqueline Quiroga e Patrícia Sá... Sem o empurrãozinho de vocês, talvez eu não voltasse a escrever viu?

*em ordem alfabética pois o a tecnologia ainda não permite colocá-los lado a lado...