quinta-feira, agosto 02, 2007

A greve e o trânsito

Morar em uma metrópole como São Paulo tem lá suas vantagens... Tem teatros, museus, bons restaurantes para todos os gostos, bares, cinemas, etc, etc... Culturalmente e gastronomicamente podemos dizer que moramos num lugar interessante.
Sem falar nos serviços 24 horas... Supermercados e Farmácias rasgam a madrugada alí, abertos, aguardando aqueles que, atingidos pela insônia ou simplesmente pelo fato de não quererem filas ou trânsito, estarão presentes.
Pois bem, eu citei uma das palavras que, se eu pudesse, removeria de imediato do meu vocabulário: trânsito.
São Paulo não aguenta, ou melhor, não sei como aguenta este troço. O trânsito está cada vez mais infernal... E não tem essa mais de aulas ou hora do rush... O caos tomou conta das grandes avenidas (que na verdade deveriam ser vias de tráfego rápido) ao ponto de que aos domingos não é raro você encontrar a Marginal do Tietê com trânsito... Parece brincadeira, mas é sério.
E hoje? Inventaram uma tal greve no Metrô. E essa greve foi premeditada, do tipo: olha, amanhã vocês que dependem de nós, pobres metroviários, estão ferrados tá? Eu tô avisando para vocês se virarem, saírem mais cedo de casa, andarem, tirar o carro da garagem, etc, etc...
O que me deixa mais estupefato (!) é o descaso com a população. Tudo bem que a greve é um direito (?) adquirido para que os trabalhadores lutem por melhores condições de trabalho, mas SACANEAR quem não tem nada a ver é simplesmente uma falta de bom senso. Como ficam os serviços de emergência? Uma ambulância, por exemplo, como remove um doente? E os Bombeiros? Como podem chegar a tempo para atender uma emergência numa situação como essa?
Eu trabalho longe de casa, 38 km para ser mais exato, e não porque eu gosto de viajar todo dia 2:00 horas pela manhã e mais 2:00 ou quem sabe 2:30 pela tarde para locomover-me, mas sim porque eu preciso. Se eu pudesse, é claro que trabalharia em meu lar, num desses home-offices da vida, brincando com minha sobrinha, olhando meus cachorros e etc. Mas eu não posso. Sou refém do transporte público como a maioria dos trabalhadores e, ainda que eu vá trabalhar de fretado, sou um dos prejudicados quando alguém inventa ir atrás do seus direitos e esquecer que os outros também os tem. Pois é... hoje foram 4 horas de lamúria, cochilo, buzinas e tudo que se pode imaginar dentro de um ônibus.
Assistimos a Malhação, a novela das 6, o SPTV, a novela das 7 e só desci do ônibus quando o William Bonner e a Fátima Bernardes já se preparavam para o "boa noite"...
Pois é... sabe o engraçado disso tudo? Um cara que encontramos à pé sob o Viaduto Maria Paula que estava mais rápido que nós no ônibus... E o pior é que eu ia olhando ele sumindo pela janela já quase na Praça da Sé e meu ônibus travado no meio do caos...
Ah, já ia me esquecendo: amanhã tem mais greve e será Sexta-Feira...
Dicas do chef para o final de semana:
  • Paciência
  • Bom senso
  • Bom humor
  • Cerveja

Se eu tivesse 1 milhão de reais agora o que faria? Ia para o Sítio do Conde e montava uma pousada.

quarta-feira, agosto 01, 2007

O desafio, o videogame e o entorpecente.

Fui desafiado... e não foi para um duelo de espadas cujo o prêmio seria o amor de uma bela donzela e sim por um garoto de no máximo 7 anos para uma batalha nos campos virtuais do Winning Eleven... Para quem não conhecem esse é um bendito jogo do Playstation 2 que tive a “infelicidade” de adquirir e achar que sei jogar...
Pois eu sou do tempo que videogame para mim era um tal de telejogo que possuía 3 jogos (tênis, paredão e futebol) que na realidade era tudo igual... nem joystick tinha e a gente jogava compartilhando um console que mais parecia um videocassete com dois botões em cima... Daí, mais ou menos quando eu tinha uns 10 anos (acho) meu tio deu para mim e para meu irmão um Dactar, que era o genérico do Atari 2600. Era igualzinho, do console aos controles e tinha o mesmo problema de romper o bendito fio que ia atrás da TV. Pronto e lá ia a molecada com a faca fazer a gambiarra para poder funcionar... Lembro que esse videogame veio com 1 cartucho que tinha 2 jogos: um legal que era o Mouse Trap (genérico do Pac-man, pois era um rato quadrado que tinha que percorrer um labirinto comendo os queijos e fugindo dos gatos quadrados) e o Star Voyager (genérico mais ou menos do Space Invaders) que era chato pra caramba... Tenho até hoje a musiquinha na minha cabeça...
Naquela época, tínhamos apenas uma TV em casa (preto e branco) e minha mãe plantou em nossas cabeças a idéia que videogame estragava a televisão... então a gente ficava com o videogame na caixa babando e imaginando como seria jogar... Até que um dia, minha tia nos emprestou uma TV de umas 10 polegadas (acho) e daí tudo mudou... Jogávamos até o dedo ficar com bolhas... Como o videogame era compatível com o Atari, a gente arranjava vários jogos legais (Hero, Keystone Keepers, Frost Bite, Enduro, Pitfall, River Raid, etc, etc e o desgramado Decathlon que arrebentava tudo que era controle na bendita corrida dos 100 metros...)
Hoje, apanho como um doido com a quantidade de botões que devo apertar ao mesmo tempo, os chamados COMBOS, que dão mais pontos e no caso do futebol, fazem dribles estilo Ronaldinho Gaúcho...
Só para se ter uma idéia, a última vez que tentei jogar apanhei de 4 x 0 no primeiro tempo... Isso porque eu estava com o Brasil e o adversário... era a Arábia Saudita...

E tudo isso para dizer que hoje, às vésperas de meus 32 anos, ainda jogo videogame. Não com a mesma intensidade e fanatismo do passado, mas como se algo de minha infância ainda estivesse lá, pulsando como no dia que ganhamos nosso primeiro videogame, ou melhor, no dia que minha tia emprestou a televisão...

Entorpecer? Já ia me esquecendo... Vem do verbo entorpecer, que significa: ficar meio "avoado"...


O porque que eu escrevi isso? Por que existem coisas na nossa vida que nos entorpecem ué?

PS: Agora sei que sou levado a sério.
PS2: Este blog é de ontem... 31.08... tava sem Speedy.